Posso ser Fada, quiçá princesa,
Pelo criador ter sido bordada.
Sou alma livre - algemas quebradas,
Não posso ser presa em gaiola dourada.
Sou gaivota que em vôo plana,
No azul do oceano fico debruçada.
Sou rouxinol que belo canto te oferece,
Todos os dias à janela de tua morada.
O galope do alazão - crinas soltas ao vento,
O orvalho da manhã fazendo da relva o leito.
Pulsa em mim um coração que o amor açoita,
Poesia e você são o meu alimento.
Corro entre estrelas - abraço cometas
Chego nas curvas do destino - um repente
Sonho do apaixonado - de amor desvairado
Estou no pedido a cada estrela cadente.
Não há grilhões que me segurem,
Nem finas teias que me sufoquem,
Sou alma livre - canção de bela lira
Só com paixão permito que me toquem!
(Maria Lucilia Cardoso)
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